segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Matha Medeiros me fez pensar hoje. Aliás, hoje ela me fez sentir. Pensar, eu sempre penso com ela. " Contemplar um lago, rever um amigo, rezar para seu próprio deus, ver um filho crescer, perdoar, gostar de si mesmo: tudo isso é gigantesco para quem ainda sabe sentir." (Emoção x Adrenalina, In: Doidas e Santas)
Eu sempre fui do tipo que sentia tudo... felicidade, alegria, tristeza, dor, amor, decepção... bem exageradamente falando.
Eu não sei se foi a ciência, se foi a adultez, se foram as decepções, mas a verdade é que eu acabei vivendo minha vida sem sentir as coisas pequenas.
Rever um amigo, por exemplo, é uma das melhores coisas da vida. Esse ano eu acho que aprendi isso. Foi mais ou menos assim: depois de cinco anos e meio, eu tive o direito a vestir uma beca. Alguns dias depois, troquei a beca pelo vestido longo cor de rosa... quando eu vi, todos os meus amigos estavam lá comigo, por mim... Os de 13 anos atrás, os de 5 anos atrás e aqueles que nasceram para mim agora, mas que já são importantissímos. Mas uma das coisas mais bonitas, foi ver que a mágoa que persistiu por 12 anos, virou uma amizade que cada vez mais me conquista. Perdoei não só à ela, mas à mim mesma por nunca lhe ter dado uma chance.
Não tenho filhos, mas tenho alunos que são meu bem querer. Vê-los se superar é mais emocionante do que entrar no setor financeiro todo quinto dia útil do mês. A possibilidade de se fazer continuar jovem aumenta sempre que sei que crio um pedacinho de mim no coração de cada um deles.
Parece emocionante? É, é mesmo... mas no dia - a dia não tenho sentido essa emoção...

Porque será que a gente deixa de sentir as coisas pequenas se elas não são pequenas... ver um sorriso brotar no rosto do outro, por exemplo, é gigante.
Esse ano nasceu a primeira filha de uma amiga de colégio, meu melhor amigo me chamou para ser madrinha de seu casamento... isso é gigante! É ver a vida nascer e renascer, o amor brotar e criar condições... é saber que a distância não separa e que as promessas adolescentes de que " você será madrinha do meu casamento" eram de verdade.

SENTIR! Vou colocar essa palavra estampada na minha agenda, no meu espelho, na direção do meu carro... se todos nós sentíssemos as pequenas coisas não existiriam pessoas ditas dramáticas, sensíveis... seríamos todos o que somos de fato. Seres humanos.

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